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Foto do escritorMarina Brazil Pasquini

Não trate sua marca como logo

Ao limitar a potencialidade da marca a um arquivo .eps, que é desdobrado para ser o avatar do perfil social e o letreiro de um prédio, você reduzirá a potencialidade do seu negócio. Isso não faz sentido.

E qual o verdadeiro desafio de uma marca de sucesso?

Potencializar a marca utilizando estratégias de branding para aumentar sua percepção de valor e criar uma ponte emotiva com seu consumidor.

Esqueça completamente a ideia de que um desenho bonitinho é o bastante. Antes de pensar na estética que te agrada, é necessário conhecer profundamente quem mais importa: o seu consumidor.

E quando digo conhecer seu consumidor, não digo clusterizar em público alvo e saber a faixa de idade para consumo, mas sim entender o que está acontecendo de forma profunda na vida das pessoas. É ir além do básico.

Surge, então, o questionamento:

Como consigo entender meu público sem necessariamente me moldar a tendências que fazem perder a verdade da empresa?

Separei 8 dicas valiosas para você sair do básico e colocar a sua marca em evidência. São elas:

1. Dor é o elemento central da relação marca e consumidor.


Identificar o problema é, de fato, a parte mais difícil de uma gestão de marca. Quando, no dia a dia, percebemos pequenas rachaduras na parede, precisamos treinar o olhar para procurar o cano e não emassar apenas o defeito aparente.

O primeiro passo é entender as realidades do nosso negócio.

Saber as limitações orçamentárias para uma melhor hierarquização de prioridades faz total diferença quando o assunto é a escalada do negócio embasada em soluções de marketing.

Como estamos acostumados com ativação de marcas de grande porte e basicamente todos os livros trazem exemplos de grandes anunciantes, fica difícil entender o que é possível e o que faz sentido, afinal, nem todas as marcas são os exemplos das aulas de marketing.

Mas isso quer dizer que os PME´s (pequenos e médios empresários) não podem fazer nada? Claro que não. Portanto

2. Desmistifique algumas "verdades" e crie novas formas de pensar sua marca.


Não fale, escute.

A primeira ativação de marca que faço em todos os meus clientes é escutar e coletar informações. E, pasmem, me custa um total de zero reais.

A maioria das respostas está na operação que muitas vezes não prestamos atenção.

Quando estamos com o olhar limpo e longe de todos os vícios operacionais do cotidiano, enfim podemos chegar a algumas conclusões interessantes.

“Ouvir é uma arte que requer a atenção acima do talento, o espírito acima do ego e colocar o outro acima de si mesmo.” - Dean Jackson

Na prática? É aqui que você deve buscar suas respostas:

  • No time de frente, que recebe diversos tipos de feedback e acaba não entendendo como transformar a informação em oportunidade.

  • No banco de dados, que é coletado há 20 anos, mas nunca foi utilizado nem para o famoso desconto de 10% no mês do aniversário.

  • Todos os outros pontos de contato que a sua marca tem com o consumidor e você às vezes nem percebe.

O segredo é também usar dados para não precisar de achismo na hora de tomar as melhores decisões. Afinal,

3. Pode até caber, mas não serve.


É normal, na hora da tomada de decisões, adaptar estratégias de terceiros para o próprio negócio. Mas a verdade é que isso nem sempre representa os melhores resultados.

Afinal, nem tudo que cabe, serve. Quando "roubamos" estratégias, perdemos a potência de acentuar o diferencial e passar nossas características de marca.

4. Nem tudo se resolve com redes sociais.


Querer solucionar todos os problemas com a camada de comunicação pode gerar frustrações e gastos de verba desnecessários, criando uma visão deturpada de que a marca não gera conexão e conteúdo.

Algumas marcas não estão prontas para a interação digital, ou em determinado momento do negócio, talvez não faça sentido investir e alocar esforços quando a operação ainda não justifica a necessidade.

Escolher o caminho com base no objetivo e deixar de lado a vaidade da gestão, faz com que o crescimento tenha mais chance de escalar exponencialmente.

5. Menor esforço, maior impacto.


Costumo dizer que todo estrategista precisa saber simplificar para ampliar. Quanto mais complexa for a ideia e mais reuniões forem necessárias para ser explicada, mais difícil é a sua execução.

“A perfeição não é atingida quando não há mais o que adicionar e sim quando não há mais o que ser retirado.” - Antoine Saint-Exupery

No dia-a-dia, quando a folha de pagamento é uma realidade e o retorno precisa acontecer, utilizar-se de artifícios de marca para agregar valor e criar janelas de consumo são ações que podem ser feitas de maneira simples, sequencial, a fim de gerar um resultado tão positivo quanto, ou até melhor do que o gerado por ações megalomaníacas.

Contudo, isso não pode ser encarado como uma verdade absoluta. O complexo e o desafiante têm o seu lugar, afinal, criar conexões de marca e pensar o inimaginável podem fazer toda a diferença na hora de se posicionar.

É preciso entender que, não é porque a marca não vai colocar um dirigível na Fonte Nova, que ela não vai criar conexões.

Às vezes, reformular o guardanapo faz mais sentido do que aplicar uma verba enorme em publicidade.

6. Pé no barro.


Não existe serviço e/ou consultoria que não coloque o pé na operação.

Descer para loja, revisar um processo comercial, sentar pra almoçar com o time...

Precisamos criar uma melhor forma de nos relacionar com os stakeholders.

Morro de medo de ser um profissional de mesa que fica metade do dia resolvendo problemas no illustrator.

Quanto menos tempo passo na mesa, mais tempo tenho para criar correlações e entender as objeções e dores.

“Uma mesa de escritório é um local perigoso de onde se ver o mundo” - John Le Carre

Visitar os clientes ou acompanhar a operação de vendas faz todo sentido!

Nem tudo pode ser feito in loco, mas também não confie em e-mail para criar uma relação duradoura. É na linha de frente que veremos os pontos de melhoria sem máscaras e miopia empresarial.

7. Qualidade como diferencial.

Perguntar qual o diferencial da empresa e ter como resposta “a qualidade” me tira do sério.

Qualidade é a premissa básica de entrada no mercado, e não a característica de diferenciação.

Em outras palavras, uma empresa que tenha como diferencial a qualidade, na verdade, não tem diferencial nenhum.

Resultado? Necessidade latente de utilização de tendências para criar conexão de marca, o que pode ser essa uma armadilha para a criação de identidade e correlação com o discurso de marca.

8. Saber lidar com as limitações.


Fatores limitantes reduzem as possibilidades de gestão de marca e transformam empresas com potencial e enredo em apenas corporações sem verdade e sem diferenciação.

“A inimiga da arte é a ausência de limitações” - Orson Welles

O segredo aqui é entender como utilizar essas próprias limitações como ferramentas para otimizar as estratégias e escalar o potencial de marca.

Os exemplos são vários:

  • O comercial que a Rreserva fez após ser assaltada em 2013

  • A campanha que o Burger King fez após ter uma loja incendiada:


Ainda assim, é sempre bom lembrar que:

  • Ações pontuais causam burburinho, mas uma marca sólida só advém quando os diversos pontos de contato com seu consumidor estão bem alinhados e estruturados.

  • Quando o assunto for sua marca, esqueça os artifícios visuais. Foque na coerência do discurso e em todos os pontos de contato envolvidos entre a empresa e o público. Quanto mais o ativo da sua empresa for a conexão, mais marca você vai ter.

  • Esperar ter uma marca reconhecida e forte colocando todas as expectativas no arquivo visual é limitar o poder de expansão, e consequentemente, perder oportunidades de criar o sentimento de conexão e pertencimento.

E aí, marca ou logo? Qual você vai escolher?


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