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Foto do escritorMarina Brazil Pasquini

Relevância é o novo dólar

Atualizado: 6 de mai. de 2020

Respeitar o contexto do momento é a regra do jogo. Porém, como fazer algo com relevância e impacto para o ecossistema, sem seguir o fluxo?

Começamos a usar essa palavra há pouco tempo. Hoje, inclusive, ela surge como um indicador de produtividade, algo a se buscar no mercado. Target: ser relevante.


O curioso disso: relevância não se compra. Se conquista.


Diante de um cenário mundial inimaginável, cada vez mais incerto, mudamos um pouquinho a forma de ver, estudar e buscar esse ideal. Quanto mais tangível for a forma de agir, a partir do posicionamento da marca, mais podemos colher frutos do momento que estamos vivendo. Isso é ser relevante. Dentro de uma perspectiva onde, ser relevante é intangível, a busca por essa tangibilidade é o que está em voga. Existem diversas estratégias sendo postas à mesa, muito diferentes dos planos desenhados para o ano de 2020.


O tempo de planejar está na mesma tangente da execução, só que agora não está acontecendo in loco, e sim, por videoconferência. Não temos as referências dos benchmarkings para comparar e analisar, é tudo tão novo e incerto… Nem o curso de pós-graduação mais disruptivo teria desenhado uma situação com tantas incertezas, com uma alta demanda de resoluções urgentes. A grande questão do momento não é falar sobre lucro. Se você é empresário, encare essa realidade. Poucos são os negócios que vão encontrar espaço para crescer os números nesse momento. Vai depender do segmento e de algumas tantas variáveis que não são o foco deste texto.


É hora de exercer o SER humano.


Fechar a conta vai ser, sem dúvidas, o desafio da maioria dos gestores. Porém, o que deve ser feito em um cenário de tantas incertezas? Como reduzir os riscos de uma associação negativa de marca? Estamos prontos pra isso? À essa altura, você já percebeu que o panorama não deve ser resolvido tão brevemente. Aliás, podemos afirmar que é algo que está marcado na nossa história. Algo sem precedentes, ao colocarmos em pé de igualdade as discussões humanas, políticas e financeiras, onde todos têm algo a defender.


Em um mundo onde ninguém gosta de perder, estamos todos perdendo algo.


Através dessa imagem, você pode desenhar um possível curso. Um norte. A resposta está na relevância do discurso X prática, onde a empatia é o fator chave de aproximação com o prospect. Porém, não é tão simples. Construir essa relevância denota em usar todos os pilares da marca sendo o mais coerente possível. Mas a grande pergunta é: Como ser coerente em um cenário tão incerto e repleto de tentações e objetivos secundários?


Vamos te mostrar.


Use sua verdade.


Quanto mais profundo for o seu entendimento de qual legado você está construindo para a sua marca, maior será a chance de transformar estratégia em conexão. O que você ganha: transformar consumidores que, muitas vezes poderiam ser ocasionais, em fiéis defensores de marca. Ganho para o negócio.


Não espere ser uma multinacional para começar.


Não existe tamanho ideal para ativar a verdade de marca. E é importante valorizar isso, para que suas expectativas sejam nutridas de maneira mais clara. Claro que, quanto maior o porte da empresa, a tendência é ela conseguir fazer barulho no mercado de forma orgânica, e mais rápido. Porém, saber aproveitar a relação com os stakeholders que já fazem parte da sua realidade é fundamental para ampliar o seu valor de marca. Tá na dúvida? Just do it. E, se você associou essa frase à uma gigante multinacional, lembre que essa frase começou em uma pequena garagem, como todas as empresas. Mas… onde achar as pessoas certas para começar?


Sua base de dados não é enfeite.


Mais do que nunca, devemos nos atentar em leads e aquecer a base. Em um momento de constante transformação, devemos criar relacionamentos mais sólidos, com todos aqueles que, de alguma forma, se relacionam com a marca. Do fornecedor ao cliente. Definir réguas de relacionamento e usar todas as informações disponíveis para conectar com o consumidor pode ser o legado do momento que estamos vivendo, sabendo que a comunicação deve ser fluida.


Não se utiliza a mesma linguagem para públicos diferentes. Devemos ativar a oportunidade de relacionamento com o maior número de pessoas interessadas no nosso negócio. Como otimizar recursos e chegar ao maior impacto?


Transforme colaboradores em time.


Employer branding nunca fez tanto sentido quanto no momento que estamos vivendo. Você tem cuidado dos seus funcionários? E entre si, procuram saber como estão? Estar perto, mesmo de longe, nunca fez tanto sentido. As empresas estão aprendendo a produzir dessa forma, então é ainda mais necessário estabelecer relações de confiança e autonomia para que todos abracem sua causa. Para os que não podem parar e precisam estar de forma física, o clima de insegurança faz parte da rotina, fazendo com que o medo tome conta das motivações.


E está provado que o medo é uma das nossas características mais paralisantes. É muito importante criar uma atmosfera mais agradável, onde as informações estejam mais claras. Já à liderança é dado o papel de criar reuniões mais íntimas e praticar a escuta ativa. É preciso acrescentar uma boa dose de empatia para as relações, afinal, esse pode ser o momento de descobrir talentos e visualizar o que não faz tanto sentido para operação. Reciclar para maximizar. Esse movimento te dará oxigênio para:


Entender que nem tudo faz sentido.


São em momentos como esse que podemos olhar para dentro e perceber o que pode e deve ser retirado. Isso funciona tanto para otimizar investimentos e reavaliar custos, quanto para ações antes inquestionáveis. Já dissemos que agir deve ser a premissa básica para os próximos meses. Porém, quando estamos rodeados de incerteza, devemos desviar das rotas que não agregam valor à construção e valoração da marca.


Primeiro faz, depois fala.


Se a marca nunca apresentou nenhum comportamento relacionado com sustentabilidade, responsabilidade social ou benfeitoria coletiva, comece com menos publicidade e mais coleta de dados. Entenda a reação e as interações do público para começar a montar uma régua de divulgação, sabendo que o ato sempre deve ser mais importante que a manchete.

Relacionamento não é peça de promoção.


Esquecer que a comunicação funciona de forma sequencial é frustrar a relação marca-consumidor. Antes de enviar um material focado em vendas, é preciso entender o território e a realidade que o consumidor se encontra. Sua empatia, nesse momento, funcionará mais que desconto. Mas como é possível impactar?


Cada segmento dança sua própria música


Contexto faz a diferença na hora de traçar um caminho. Suas ações precisam ser consistentes, equalizando a soma dos fatores e benefícios tangíveis da minha marca com a oferta e impacto positivo gerados para o ecossistema. Otimizar recursos e adaptar processos é fundamental para ter sucesso e relevância. Não é porque a empresa Y está fazendo máscaras, que todas devem fazer. O questionamento a ser feito é: o que podemos agregar nesse momento para tornar a realidade mais positiva? Encontrar e solucionar as objeções são, sem dúvidas, caminhos mais assertivos.


E por fim:


Ninguém gosta de água salobra.


Ser transparente é o primeiro passo para ativar a verdade da marca. Quanto mais latente for a sua verdade, mais forte será a conexão com os três pilares do business. Aumentar o número de clientes promotores, criar mais conexões com a marca e revisar os pontos de contato são boas oportunidades para a fase em que estamos passando. O protagonismo das empresas está no legado deixado para a sociedade.


Depois dessas dicas, podemos afirmar:


Ser relevante faz parte do novo modelo de relação consumidor X marca. É preciso estabelecer o pertencimento de causa com a sociedade, que vem sendo impactada diretamente. Nos negócios e na vida. Muito foi falado sobre adaptar processos para continuar a operar, então precisamos revisar tudo, agir com ainda mais consciência para garantir que, quando tudo passar, estaremos de pé. Firmes.


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